quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

I - Causa principal

- Crise feudal (século XIV)
- Aliança Rei + Nobreza + Burguesia


II - Características

- Centralização política
• corpo administrativo – Nobreza
- Unificação de leis, moedas, pesos e medidas
- Criação do imposto real
- Manutenção da sociedade de ordens e os privilégios feudais
- Surgimento do nacionalismo


III – Teóricos do absolutismo

- Nicolau Maquiavel (O Príncipe)
• “ os fins justificam os meios”
• “ao príncipe, é mais justo ser temido do que amado”
• “a força é justa quando necessária”
- Thomas Hobbes (Leviatã)
• contrato social
• Estado absoluto – superação do estado da natureza
- Jacques Bossuet
• Teoria do direito divino dos reis
• “um rei, uma fé, uma lei”
- Jean Bodin
• soberania não-partilhada
- Luís XIV – Rei Sol
• “O Estado sou Eu”

IV – Mercantilismo

- Características
• Metalismo
• Balança de comércio favorável
• Protecionismo econômico
• Intervenção estatal

- Sistema colonial
- Tipos de mercantilismo
• Espanha – Bulionismo ou metalismo
• Portugal – Colonialismo
• França – Colbertismo ou industrialismo
• Inglaterra – Comercialismo

O CONFLITO ÁRABE – ISRAELENSE


No século XIX, difundiu-se o movimento sionista, formulado pelo escritor húngaro judeu Theodo Herzl. Em 1896, ele publicou a obra O Estado Judeu, um ensaio sobre o problema judaico. A partir daí, muitos pregavam a criação de um Estado judeu na Palestina, onde viveram os judeus na Antiguidade, antes da diáspora. Seria o retorno à terra de Sion, a colina de Jerusalém.
Localizada na passagem de três continentes (África, Ásia e Europa), a Palestina é o palco de alguns dos principais conflitos do pós-Segunda Guerra Mundial. Sua origem remonta ao período que segue à Primeira Guerra Mundial e a derrota turca neste conflito. Com o fim do Império Turco e a sua desintegração em pequenos países, a Liga das Nações, aprovou em 1922, a declaração Balfour. Era uma proposta inglesa, de 1917, que determinava a Palestina como sendo uma região de domínio inglês. Criada pelo chanceler Lord Balfour, comprometia-se em criar um Estado judeu na região, ajudando na emigração judaica e, consequentemente, os atritos entre judeus e árabes. Porém, os ingleses tinham prometido aos árabes, em 1915, apóia-los na construção de um Reino Árabe Independente e não cumpriram suas promessas.
A resistência dos habitantes palestinos contra a chegada de judeus na Palestina crescia contra a chegada de judeus na Palestina crescia paulatinamente e os conflitos entre judeus e palestinos tornaram-se freqüentes. Enquanto os judeus adquiriam terras na Palestina, movimentos organizados e armados tomaram vulto, contra a dominação britânica e a criação de um Estado judaico. A ideia da criação de um novo Estado judeu foi postergada com a eclosão da Segunda Guerra.
A partir de 1947, ainda sob o estigma da segunda Guerra Mundial e do Holocausto e diante dos crescentes conflitos entre judeus emigrantes e palestinos árabes, a ONU foi incitada a intervir, decidindo pela divisão da Palestina em duas áreas: a judaica, representando 57% da região e a palestina, com 43% da área, provocando inúmeros protestos nos países árabes vizinhos.

“A terra de Israel é o lugar onde se originou o povo judeu. É lá que se formou sua identidade espiritual, religiosa e nacional (...) lá que foi escrita a Bíblia e ofertada ao mundo (...). Em 1897, o primeiro congresso sionista, inspirado pela visão do Estado Judeu de Theodor Herzi, proclamou o direito do povo judeu a reencontrar sua nacionalidade dentro de seu próprio país. Este direito foi reconhecido pela declaração de Balfour em 2 de novembro de 1917.(...)
O recente holocausto que aniquilou milhões de judeus na Europa de novo demonstrou a necessidade de solucionar o problema pelo restabelecimento de uma pátria e da independência para o povo judeu em um Estado judeu. (...) Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU adotou uma resolução recomendando a criação de um Estado judeu e um palestino.
Nós, membros do Conselho Nacional representativo da comunidade judia na Palestina e do Movimento Sionista Mundial, reunidos em Assembléia solene, hoje, no dia que cessou o mandato britânico na Palestina, proclamamos a criação de um Estado judeu na Palestina que será chamado de Estado de Israel.
Proclamação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948
Bem Gurion, em Tel Aviv


Com a criação do Estado de Israel e a retirada das tropas da Inglaterra da região em 1948, aumentou a tensão na região. Os países da Liga Árabe – Egito, Iraque, Transjordânia, Líbano e Síria – invadiram a região desencadeando a Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948 – 1949), vencida por Israel, que ampliou seu domínio territorial sobre a Palestina. Como conseqüência, quase um milhão de palestinos fugiram ou foram expulsos da região, tendo a situação de refugiados, que se instalaram em regiões vizinhas, desencadeando a Questão Palestina, isto é, a luta dos árabes palestinos pela recuperação territorial. No armistício, o Egito ficou com a faixa de Gaza, a Cisjordânia foi anexada pela Transjordânia, que passou a ser chamada de Jordânia. A cidade de Jerusalém, sagrada para muçulmanos, judeus e cristãos foi dividida, sendo que a parte oriental, que incluía a cidade velha, ficou sob a administração jordaniana e a porção ocidental, sob a administração israelense. O espólio do que era para ser o Estado da Palestina foi dividido.
Em 1956, os crescentes atritos de fronteira entre Egito e Israel e o reconhecimento do canal de Suez como egípcio desencadearam a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra de Suez. Apesar de o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser ter contado com ajuda militar soviética, Israel, apoiado pela Inglaterra e França, saiu novamente vitorioso, conquistando a península do Sinai. Sob pressão dos Estados Unidos e da URSS, a ONU enviou à região forças de paz, que obrigaram Israel a abandonar o Sinai, restabelecendo as fronteiras de 1949.
Na reunião da Liga Árabe, em 1964, foi criada a OLP, um agrupamento de organizações e facções que incluía a Al Fatah, fundada e liderada por Yasser Arafat, em 1959. Em 1967 a OLP propôs a luta armada com o objetivo de atacar Israel e conseguir retomar suas terras para a implantação do Estado palestino. Uma das medidas para atingir esses objetivos foi a adoção de ações terroristas. Os atentados aconteciam frequentemente fora da Palestina.
Neste mesmo ano, a tensão na região culminou com a Guerra dos Seis Dias, a Terceira Guerra Árabe-Israelense, onde Israel lançou-se em uma guerra preventiva diante do acirramento dos países vizinhos. A situação agravou-se com a retira das tropas da ONU e a colocação de soldados egípcios na fronteira, bloqueando o acesso aos portos israelenses. A vitória israelense levou à ocupação de Gaza, Sinai, colinas de Golan e Cisjordânia, ampliando o êxodo palestino, com mais de um milhão e seiscentos mil refugiados.
Apesar da intervenção da ONU, Israel não acatou a decisão de retirada dos territórios ocupados, tendo essa nova investida israelense provocado, em 1973, a Quarta Guerra Árabe-Israelense – a Guerra do Yom Kippur -, assim chamada por ter se iniciado num dia sagrado para os judeus, o Dia do Perdão. O conflito iniciou-se com o ataque simultâneo da Síria e do Egito contra Israel. Com a intervenção do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e do secretário da URSS, Leonid Brejnev, a guerra terminou, com a assinatura de um acordo de paz.
Em 1979, o presidente egípcio Anuar Sadat e o dirigente israelense Menahem Begin, num encontro promovido pelo presidente norte-americano Jimmy Carter, assinaram os acordos de Camp David, pelos quais o Egito recuperava o Sinai e inaugurava uma nova fase de relacionamento e negociações.
A OLP e Yasser Arafat foram expulsos, em 1970, da Jordânia, visto não reconhecerem o direito de Israel de fundar seu Estado. Os israelenses, por sua vez, negavam-se a negociar com os terroristas, acusados de serem os responsáveis pelo ataque em Munique, em 1972. Perseguidos pelo governo jordaniano, a OLP transferiu suas bases para o sul do Líbano.
Em 1973, na Conferência da Cúpula Árabe de Argel, a OLP foi reconhecida pelos países árabes como representante do povo palestino. A ONU logo depois, em 1974, tomou a mesma iniciativa e aprovou a resolução pela criação do Estado da Palestina na faixa de Gaza e na Cisjordânia. A resolução, no entanto, nunca foi implementada.
A Questão Palestina, entretanto, sobrevivia, pois os refugiados seguiam lutando pela obtenção de um Estado palestino e pela devolução dos territórios da Cisjordânia e Gaza, ocupados por Israel.
Além da criação de colônias judaicas nos territórios tomados, a ofensiva do governo israelense alcançou, em 1982, Beirute, capital do Líbano, no combate aos guerrilheiros palestinos. No mesmo ano, também se efetivou a retirada israelense do Sinai, conforme determinava o acordo de Camp David. A partir de 1987, nas regiões ocupadas da Cisjordânia e Gaza, teve início o ativismo palestino de resistência e enfrentamento a Israel, movimento conhecido como Intifada (revolta das pedras, em árabe), confirmando a inviabilidade de Israel pacificar os territórios ocupados.
Foi somente no início dos anos de 90, do século passado, que ganhou força a via política diplomática, levando às negociações entre as partes na região, substituindo a confrontação militar constante. Em grande parte possível devido ao fim da Guerra Fria, à neutralização do Iraque – grande financiador da OLP após a guerra do Golfo – e à pressão norte-americana contra o radicalismo israelense, os encontros diplomáticos propiciaram o reconhecimento mútuo entre Israel e OLP e, em 1993, a assinatura da paz em Washington, entre os representantes de Israel, Yitzhak Rabin e da Palestina, Yasser Arafat.
Pelo acordo, Israel devolveria os territórios palestinos ocupados e teria autonomia em parte da faixa de Gaza e na Cisjordânia. Criavam-se condições para um Estado palestino embrionário. Arafat reconhecia o direito de Israel existir e renunciava ao terrorismo. O acordo não foi plenamente concretizado por causa das ações extremistas dos dois lados, com atos terroristas palestinos e represálias dos judeus radicias. No entanto, Israel e a OLP decidiram reconhecer-se mutuamente e a autoridade palestina passou a ser responsável pela segurança na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A fase dos acordos para viabilizar uma paz duradoura continuou nos anos 90, mas esbarrou em dificuldades herdadas de décadas de confrontação, como o radicalismo político e religioso (fundamentalismo) tanto dos árabes quanto de israelenses, a questão dos assentamentos e dos refugiados, a delimitação territorial e os ressentimentos. O assassinato de Yithak Rabin, em 1995, por um fanático israelense, foi mais um duro lance contra a normalização e pacificação da região.
Em 1998, foi assinado o acordo de Wye Plantation, que retomou o acertado em 1993, e Israel desocuparia mais 13% das áreas da Cisjordânia. Em contrapartida, os palestinos retirariam da sua Carta nacional as cláusulas que previam a destruição do Estado de Israel e a terrorismo como forma legítima de luta. O acordo previa sua implementação até 1999. Dois meses após sua assinatura, o acordo, mais uma vez, foi suspenso.
A independência da Palestina, que seria proclamada por Yasser Arafat, presidente da ANP, em 1999, não se concretizou. A subida ao poder da extrema-direita israelense impediu o andamento das negociações e a devolução das terras ocupadas. Por sua vez, os grupos armados palestinos voltaram a intensificar suas ações.
Em 2004, com a morte de Yasser Arafat, que estava confinado desde dezembro de 2001 na Cisjordânia, por ordem de Israel, marcou-se o fim de uma liderança e de uma etapa nas relações entre palestinos e israelenses. Em sua substituição, foi eleito Mahmoud Abbas. Em 2005, Israel desocupou os assentamentos de colonos judeus na Faixa de Gaza, apesar de protestos dos ultraconservadores e dos radicais religiosos. Neste mesmo ano, o Hamas, grupo radical terrorista palestino, venceu as eleições parlamentares. Mesmo, historicamente, sendo um inimigo dos israelenses, as lideranças do Hamas, iniciaram conversações com Israel, a partir de 2006.
Porém, o Hezbollah, em 2006, após um período de trégua com Israel, voltou a atacar soldados israelenses. Após o seqüestro de dois soldados israelenses, Israel bombardeou o sul do Líbano, base do Hezbollah. Após semanas de luta e pressão internacional, Israel retirou-se do Líbano, sem derrotar o Hezbollah.